Mares de solidão

Hoje me vi sentado na cama. Me imaginei nos
mares malditos da solidão. O dia estava cinza.
O vento de salitre cortava minha boca, mas
eu não sentia a dor, somente sentia o sal. Gosto
de fracasso e carencia. Andei pela areia fofa.
Estava de sapatos, mas meus pes se encontravam
com aquela terra feitas de sonhos rachados.
Esmagados sob meus pes, eu me arrastava.
Avistei um banco. Depositei minha carcaça
naquele local esquecido da realidade.
Ali sentado vi as ondas calmamente irem
e virem, num ritmo hipnotico. Permaneci
sentado naquele banco incontaveis eras.
Vi a terra voltar a era glacial, presenciei as
estrelas se apagarem pra sempre e pude ver
o sol susurrando sua ultima chama de calor, me
entregando para a escuridão eterna do espaço.
Permaneci imovel, na escuridão, na mais
repleta solidão...

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