Ovelha Negra

Ovelha Negra da familia. Um antigo termo usado para descrever alguem que não sei encaixa nos conceitos pre-estabelecidos criados pelos familiares. De alguma forma, sempre me senti assim. Nunca me encaixei naqueles moldes que sempre quiseram me colocar. Uma esfera sendo forçada a virar um quadrado.

Levei comigo esta "rebeldia geometrica" para outros grupos. Nunca me senti plenamente incluido em nenhum local. Sempre me vi como o lobo solitario, que morreria sozinho a mingua, ostracizado por suas inadequações, vizionando a luta solitaria. Com o passar do tempo, acabei encontrando fora do seio familiar pessoas que me são muito queridas e que aprendi a amar e ser amado. Pensei ter encontrado finalmente a paz que tanto ansiava...

Mas algo ainda não esta certo. Ainda me olho no espelho vestindo a minha negra lã. O incomodo esta mais alem do coração: este reside no instinto. O instinto de que ainda estou no meu habitat errado, lutando uma luta que não é minha. Sinto como se estivesse perdendo meus talentos, descartando meu nobre proposito nesta terra. Mas jurei, em meio ao choro de uma criança, não ser abatido pelo pragmatismo que me soa tão cadaverico.

Talvez tudo isso não passe de uma ilusão, um sofrimento complexo criado pela minha mente, para justificar a minha empafia em não vender meus sonhos pelo vil metal.

Ainda assim, visto a negra lã não como um fardo e sim como uma afronta. Uma afronta ao que nunca consegui acreditar, mesmo quando aceitava em silencio o ecoar da interminavel monotonia dos vendedores de melancolia e fel