O soldado solitario
Me sinto assim, como um soldado solitario, no campo de batalha mais cruel, assassino e desumano que pode vir a existir: a vida. Cada dia acordo e respiro fundo, como quem quer de alguma forma respirar a força de vontade que fica suspensa no ar. Saio da trincheira que é meu quarto, minha casa, e me aventuro solitariamente por entre os arames farpados e crateras das explosões que são os problemas. Tento não vir a ser atingido pelas barragens diarias da artilharia de mentiras e canalices que são lançadas pelos meus inimigos. Muitas vezes simplesmente quero sumir dentro de um bunker qualquer e esperar que me esqueçam, mas como um soldado, tenho meu dever a cumprir: atravessar o campo de batalha e lutar para não morrer, pois um dia ainda poderei ver a guerra como passado distante e ser feliz, ficar em paz finalmente. Persevero num caminho aonde somente o mais honesto, verdadeiro, corajoso e lutador pode suportar, pois por muito menos ja vi outros cairem ao meu lado.
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